Geloteca alerta para o feminicídio ao incentivar a cultura em Campinas
- Cultura Popular
- 8 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de jan. de 2024

Uma geladeira sobre o canteiro central de um movimentado sistema viário localizado no Jd. São Marcos, em Campinas, se tornou parte de um inovador projeto sociocultural. Com pouco mais de um ano, a iniciativa resultou na implantação de uma minibiblioteca comunitária, considerada uma das principais referências de cultura popular e de manifestação contra o feminicídio.
A “Geloteca Thaís Vive” – como passou a ser conhecida entre a comunidade – é super bacana e reúne diversos títulos de livros e revistas, bem como panfletos informativos sobre meio ambiente, saúde, segurança pública e outros assuntos de interesse local.
Todo material foi doado no último ano por pessoas que encontram no local uma alternativa às bibliotecas tradicionais – não existe nenhuma biblioteca pública instalada naquela região.
A geladeira está em uma área sobre seis paletes – aqueles estrados de madeira – e com cinco caixotes que servem como bancos para os leitores. As plantas também contribuem para transformar o local num “centro de convivência”!
Muitos vasos, por exemplo, são feitos com material reciclado, como baldes, latas e pneus.
Do outro lado do canteiro central, que fica entre a Rua Felinto de Almeida e a Av. Comendador Aladino Selmi, o leitor pode encontrar uma mesa com cadeiras dispostas sob uma estrutura de madeira – bastante parecida com um pergolado – e, claro, referências à Thaís Fernanda Ribeiro, morta com 11 tiros pelo ex-namorado poucos dias após completar 21 anos de idade.

Visita à Geloteca Thaís Vive.
Geloteca
Não existe controle sobre a retirada de livros e revistas da “Geloteca Thaís Vive”; também não há sistema para recebimento ou catalogação de títulos doados pela comunidade.
Apesar de oferecer toda estrutura para leitura no local – que pode até parecer estranha entre tantos veículos –, o interessado pode levar o que quiser para casa. “Você retira o que precisa e doa o que já leu!”
Na extensão de parte do canteiro central, no entanto, há muitas faixas “sugerindo” que as orquídeas (e demais plantas) sejam preservadas. Mas é inacreditável que algumas pessoas parecem estar “dispostas” a estragar tudo o que foi realizado no local pela família de Thaís Fernanda Ribeiro. Lamentável!
Crime
Thaís Fernanda Ribeiro foi morta a tiros pelo ex-namorado, que não aceitava o fim do relacionamento; ela foi a quarta vítima de feminicídio em Campinas, em 2019. O crime ocorreu na casa do acusado pelo crime, na Rua Elza Monnerat, região do Teckno Park, próxima ao CDHU San Martin. O assassino fugiu, mas acabou preso pela Polícia Civil em Santo André, na Grande São Paulo.

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